Um dos maiores temores das gestantes é sofrer uma interrupção involuntária de sua gravidez, o chamado aborto espontâneo. E esse processo além de tudo pode deixar marcas físicas e emocionais na mulher.
Vamos entender melhor sobre esse assunto?
Pois, no Brasil, mais de 2 milhões de mulheres são afetadas pela ocorrência de abortos espontâneos todos os anos.
E eles podem ocorrer por diferentes razões e ocasionarem sequelas tanto no corpo quanto na mente de quem passa por isso.
Assim, é preciso que as mulheres gestantes ou que desejam engravidar se informem mais sobre o aborto espontâneo, suas causas, sintomas e possíveis complicações.
Portanto, reunimos nesse artigo uma série de informações que será de grande valor para isso.
Então, fique atenta e continue sua leitura para que possa compreender melhor o processo de aborto espontâneo.
O que é um aborto espontâneo?
Esse é o nome popularmente conhecido ao processo de interrupção involuntária de um processo de gestação.
E segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) ele irá ocorrer antes da vigésima semana de gravidez, junto a uma série de sintomas e possíveis complicações para a mulher.
E esse processo de interrupção involuntária é mais comum do que se imagina, afetando 1 a cada 3 gestações no Brasil.
Porém, não se assuste, quando ele ocorre é porquê o desenvolvimento do feto não estava ocorrendo normalmente e a gestação não seria saudável.
Assim, o aborto espontâneo pode ser classificado como uma complicação da gravidez precoce, antes da vigésima semana.
Além disso, nesse período o peso total do feto não passará dos 500 gramas, estando muito pouco desenvolvido.
Portanto, o aborto espontâneo é a complicação mais comum nesse estágio da gravidez, diminuindo sua frequência conforme a gestação se torna mais longa.
Nem sempre é fácil diagnosticar um aborto espontâneo, já que quando ocorre no início da gestação ele pode se parecer muito com a menstruação comum.
Assim, o aborto involuntário pode ser classificado a partir do período em que ocorre dentro do intervalo de vinte semanas iniciais da gestação.
Aborto espontâneo precoce
A interrupção precoce ocorrerá majoritariamente nas primeiras 12 semanas de gestação, podendo inclusive ocorrer antes até da mulher tomar conhecimento de que estava grávida.
Aborto espontâneo tardio
É a interrupção involuntário da gestação que ocorre entre a décima segunda e a vigésima semana de gestação.
Portanto, é caracterizada como tardia por se apresentar em um período em que a gravidez já se manteve por mais tempo, e a mulher em geral está ciente da gestação.
Causas de um aborto espontâneo
Em geral a má formação e desenvolvimento do embrião no útero é a principal causa para um aborto espontâneo.
Todavia, existem outras circunstâncias que podem causar a interrupção involuntária de uma gestação.
Vamos entender melhor.
Má formação genética
Nesse caso, há problemas nos genes ou cromossomos do embrião. Esses erros na formação do feto ocorrem ao acaso durante sua divisão celular e desenvolvimento. Podem ser problemas hereditários provenientes dos pais.
O diagnóstico de má formação genética embrionária inclui a existência das seguintes anomalias:
- Embrião não chega a se formar;
- O embrião chega a iniciar sua formação, mas seu desenvolvimento é interrompido;
- Gravidez molar, quando há um conjunto extra de cromossomos da mãe ou do pai em um óvulo fertilizado. Dessa forma, a placenta cresce de forma errada como uma massa cística e ocasiona um aborto espontâneo.
Complicações de saúde da mãe
Algumas doenças preexistentes na mãe, ou adquiridas durante a gestação, podem ocasionar a interrupção involuntária da gravidez. Entre elas, temos:
- Diabetes não controlada;
- Condições hormonais, como problemas endócrinos que afetam a produção de hormônios essenciais à gestação, como a progesterona;
- Infecções como rubéola, toxoplasmose, parvovirose, citomegalovírus, HIV, listeriose e sífilis;
- Trombofilias;
- Doenças da tireoide;
- Condições no útero e colo uterino.
O que não causa aborto espontâneo
Fique atenta a algumas crendices populares sobre atividades do dia-a-dia que podem causar um aborto. Muitas não são verdades.
Então, elencamos algumas atividades que podem ocorrer durante a gestação e não são causas para aborto espontâneo:
- Relações sexuais;
- Quedas de pequenas alturas;
- Sustos;
- Exercícios físicos;
- Trabalhar, sem contato com produtos químicos ou radiação.
Mas lembre-se que todas essas atividades devem ser avaliadas pelo médico para cada caso específico de gestação e de condições de saúde da mãe.
Assim, nunca inicie uma rotina de exercícios físicos ou de trabalho sem antes consultar um profissional de saúde para o acompanhamento de seu estado de saúde e da evolução de sua gestação.
Fatores de risco para um aborto espontâneo
Diferentemente das atividades citadas acima, existem algumas situações e condições que podem predispor a gestação a uma maior chance de aborto espontâneo.
Histórico anterior de abortos
Pois mulheres que já possuem um histórico anterior de abortos espontâneos estão sob risco potencialmente maior de passarem novamente por uma interrupção da gravidez.
Principalmente se já tiveram dois ou mais abortos espontâneos consecutivamente.
Problemas no útero ou na cervical
Algumas condições e anomalias uterinas ou cervicais podem aumentar o risco de um aborto espontâneo.
Assim, doenças como a endometriose, ou outras que afetem os tecidos do útero podem trazer dificuldades durante a gestação.
Peso corporal
Mulheres que estejam muito acima ou muito abaixo do peso podem ter mais riscos durante a evolução da gestação.
Idade
Quando a gestante possui idade acima de 35 anos, há um maior risco de aborto espontâneo em relação às mulheres abaixo dessa faixa etária.
Segundo pesquisas, uma mulher de 35 anos tem cerca de 20% mais chance de sofrer um aborto espontâneo, subindo para 40% a partir dos 40 anos e assim sucessivamente.
Mas não é apenas a idade da mãe que influencia nesse risco. A faixa etária do pai também pode aumentar o risco de um aborto espontâneo por conta da má formação embrionária.
Isso ocorre devido à qualidade dos espermatozoides que fecundaram o óvulo ser menor com o passar da idade.
Consumo de álcool, drogas e cigarro
Caso a gestante já tenha o hábito de ingerir bebidas alcóolicas, fumar cigarros ou mesmo utilizar drogas, as chances de aborto aumentam muito.
A mulher deve abster-se completamente de fumar, consumir bebidas alcóolicas ou qualquer substância ilícita durante a gestação.
Todavia, mesmo quando o consumo durante a gestação não ocorre, o aborto espontâneo tem mais chances de ocorrer em mulheres que já consumiram álcool, cigarros e drogas anteriormente em excesso.
Por exemplo, pesquisas indicam que mulheres fumantes que consumiam mais de dez cigarros diariamente tinham até 3 vezes mais chances de sofrer um aborto espontâneo em relação às não fumantes.
Exames invasivos
Alguns exames médicos invasivos em relação ao útero, como a biópsia de vilo corial e amniocentese, podem acabar aumentando os riscos de um aborto espontâneo.
Como tentar evitar o risco de aborto espontâneo?
É impossível prever com precisão se uma gestação poderá enfrentar uma ameaça de aborto espontâneo, mas de acordo com os fatores de risco a mãe pode auxiliar seu corpo a diminuir as chances de uma interrupção involuntária.
Como? Elencamos algumas dicas a seguir:
- Mantenha uma alimentação saudável e balanceada, evite alimentos processados e excessos;
- Procure controlar seu peso, mantendo-se dentro de um limite saudável. Lembre-se que tanto estar acima ou abaixo do peso podem aumentar os riscos de um aborto espontâneo;
- Converse com seu médico antes de iniciar qualquer rotina de exercícios físicos, principalmente aqueles de maior impacto e durante os primeiros meses de gestação;
- Jamais fume ou consuma bebidas alcóolicas durante a gestação, e se possível elimine esses hábitos de sua vida antes mesmo de engravidar;
- Em hipótese alguma utilize drogas, ou mesmo remédios de farmácia, sem consultar seu médico.
- Pois existem muitos medicamentos aparentemente inocentes, mas que podem ocasionar um aborto espontâneo ou prejudicar a formação do feto.
Quais são os sintomas de perder um bebê?
Um dos principais sintomas, e também o mais conhecido popularmente, é o sangramento. E esse sintoma pode ou não vir junto à dor de cólica.
Todavia, sintomas como sangramento e cólicas abdominais podem ser comuns durante os primeiros três meses de gestação.
Assim, caso tenha qualquer um desses sintomas, procure seu médico ginecologista e obstetra para um diagnóstico de um especialista.
Em geral, os sintomas de um aborto espontâneo podem englobar:
- Diminuição dos sinais de gravidez, como enjoos e sensibilidade nos seios (mas não necessariamente significam que um aborto está ocorrendo);
- Coágulos de sangue, ou corrimento líquido rosa claro com a presença de sangue;
- Sangramento vaginal, com ou sem dores, que pode ser intenso;
- Dor abdominal e lombar, que ocorre constantemente ou de forma intermitente;
Como dissemos, alguns desses sintomas não são necessariamente sinais de que uma interrupção da gravidez está ocorrendo. Porém, fique atenta à intensidade dos sintomas, e se eles tendem a piorar ao longo do tempo.
Por exemplo, cólicas a sangramentos em pequena proporção podem ser sintomas comuns de uma gestação inicial.
Porém, a permanência e o aumento desses sintomas, com fortes sangramentos e dores, podem alertar para que procure seu médico de confiança.
Buscando auxílio médico
Portanto, caso tenha sintomas exacerbados como os citados acima, ligue para seu médico ginecologista e obstetra. Principalmente se:
- Ocorrer sangramento vaginal intenso e persistente, com ou sem cólicas abdominais e lombares;
- Perceber que a vagina descarrega coágulos de sangue ou há a presença de tecido fetal no corrimento vaginal.
O médico irá proceder com um exame de ultrassom para confirmar se houve interrupção efetiva da gravidez.
Nele, irá identificar na imagem se há ausência de batimentos cardíacos e movimentação, ou mesmo a ausência do feto por ter sido eliminado no processo abortivo.
Em momentos delicados para a saúde mental da paciente, é essencial que também ocorra o auxílio psicológico.
Pois com o suporte de familiares, amigos e bons profissionais psicoterapeutas os efeitos de um aborto espontâneo para a saúde psicológica serão menores.
Como é o coágulo que sai quando aborta?
O sangramento proveniente de aborto espontâneo irá variar de acordo com o período da gestação em que ele ocorre.
Assim, interrupções involuntárias que ocorrerem nas primeiras duas semanas de atraso menstrual serão pouco intensos e sem coágulos.
Já em casos de gestação mais avançada, o sangramento irá vir de maneira mais intensa, com a presença de coágulos e podendo ser acompanhado de dores abdominais e lombares.
Portanto, os coágulos estarão presentes apenas em abortos espontâneos que ocorram tardiamente, sendo maiores que os de uma menstruação comum. Também podem conter tecido fetal.
Esse tecido fetal pode ser diferenciado do sangue e coágulos por conta de sua cor e consistência, podendo ser cinza e com textura mais firme.
Mas nunca se esqueça: caso suspeite estar grávida ou tenha certeza de sua gestação e apresente sangramentos como os relatados aqui, procure um profissional de saúde.
Gravidez ectópica
É importante saber que sangramentos e coágulos anormais junto a dores abdominais que chegam até os ombros podem ser sinais de gravidez ectópica.
Esse distúrbio ocorre quando um óvulo fertilizado se prende fora do útero e começa a se desenvolver no local inadequado, como nas trompas de falópio. É uma emergência médica e pode ser fatal, então consulte seu médico.
Exames para diagnosticar um Aborto espontâneo
Quando sentir muitos sintomas como os que elencamos acima, é importante consultar seu médico. Em caso de suspeita de aborto espontâneo, ele poderá lhe pedir alguns exames, como:
- Ultrassom de pelve, para a detecção de batimentos cardíacos do feto e observação do aspecto e desenvolvimento do embrião;
- Exames de sangue, para medição de hormônios relacionados à gravidez, como o beta HCG, para determinar a interrupção da gestação;
- Exame de toque pélvico, para verificar se o colo do útero se encontra dilatado;
- Biópsia de tecidos expelidos, para determinar se realmente era tecido fetal fruto de um aborto espontâneo;
Tais exames irão auxiliar o médico no diagnóstico de uma possível interrupção gestacional involuntária.
Assim, de acordo com os resultados obtidos nos exames listados acima, o profissional de saúde pode determinar o seu caso, dentre várias possibilidades.
Vamos entender quais os tipos de diagnóstico uma mulher pode receber após esses exames.
Possíveis diagnósticos de acordo com sintomas e exames
De acordo com os resultados dos exames que elencamos anteriormente, o médico pode chegar às seguintes conclusões diagnósticas:
Aborto inevitável
Quando os sintomas incluem sangramento contínuo e intenso, e os exames detectam contração forte uterina e colo de útero dilatado. Nesse caso, o processo abortivo já se iniciou e o aborto espontâneo é um fato inevitável.
Assim, o médico irá tomar precauções para evitar complicações mais severas para a mulher decorrentes da interrupção involuntária da gestação.
Aborto incompleto
Nesse caso, os sintomas incluem a saída de material tecidual e coágulos pelo canal vaginal, e os exames detectam a presença de materiais residuais no útero.
Assim, o diagnóstico provável será que um aborto ocorreu, mas ficou incompleto.
Portanto, o médico deverá retirar o material tecidual que permaneceu no útero, para evitar sequelas e complicações para a mulher.
Aborto retido
Quando um aborto espontâneo ocorreu devido à má formação do embrião ou morte do feto, porém os tecidos embrionários e a placenta não são expelidos.
Então, é preciso retirar o material retido, caso contrário a mulher enfrentará complicações como infecções.
Aborto séptico
Nesse caso, a mulher gestante pode desenvolver uma sepse. Ou seja, uma infecção bacteriana muito perigosa em seu útero. Nesses casos, é uma situação emergencial que exige atendimento imediato.
Aborto completo
Quando um aborto espontâneo ocorreu de maneira completa. Ou seja, todo o tecido embrionário e placentário foi completamente expelido para fora do útero. É o mais comum de ocorrer antes de doze semanas de gestação.
Opções após diagnóstico de aborto espontâneo
Sabemos que esse poderá ser um momento difícil psicologicamente. Então, o tratamento após o diagnóstico de aborto espontâneo irá variar de acordo com cada caso e a vontade da paciente.
Eliminação natural
Opção de tratamento para o caso de ainda existirem tecidos gestacionais e embrionários a serem expelidos – como nos casos de aborto incompleto ou retido.
Caso não existam sinais de infecção, a mulher pode optar por deixar o processo se desenrolar de forma natural.
Ou seja, em até duas a quatro semanas após declarada a morte do feto, a expulsão terminará de forma natural por parte do corpo.
Tratamento medicamentoso
Caso a mulher não apresente sinais de infecção e deseje acelerar a finalização do processo de aborto espontâneo, o médico poderá receitar medicação para tanto.
A medicação pode ser:
- Por via oral;
- Via vaginal, diminuindo efeitos colaterais como náusea e diarreia;
O tratamento medicamentoso irá surtir efeito em torno de um dia após iniciado.
Tratamento cirúrgico
Essa opção é uma intervenção cirúrgica de pequeno porte conhecida como Curetagem.
E durante o procedimento, o médico irá dilatar o colo do útero para a retirada direta do tecido gestacional e embrionário de dentro do útero.
Porém esse procedimento pode trazer sequelas para o útero, como:
- Danos ao tecido conjuntivo do colo de útero;
- Danos à parede uterina;
Todavia, recomendam o procedimento de curetagem no caso de existir uma infecção ou sangramentos ininterruptos de grande volume.
Porém, para diminuir os efeitos colaterais e sequelas ao útero, existe a opção da Aspiração Manual Intrauterina (AMIU).
Nesse procedimento o médico insere uma cânula através do colo uterino até a cavidade interna, aspirando o material sem precisar de dilatação.
O que é uma ameaça de aborto?
Diferentemente do que demonstramos acima com os diferentes tipos de aborto espontâneo que podem ser diagnosticados, a ameaça de aborto pode ser reversível.
Assim, a ameaça de aborto se caracteriza pela presença de sintomas abortivos como sangramento e ausência de dilatação do colo de útero, ameaçando a integridade do embrião e a continuidade da gestação.
Todavia, ainda não ocorreu morte do feto ou a expelida de tecidos gestacionais.
Portanto, cada caso deve ser avaliado e as medidas para garantir a continuidade de uma gravidez saudável devem ser tomadas pelo médico.
Tratamentos e cuidados em caso de ameaça de aborto
Caso a gestação esteja passando por uma ameaça de aborto, poderá ser recomendado o repouso materno até que o sangramento e as dores abdominais desapareçam.
Devem ser evitados exercícios físicos, esforços e relações sexuais nesse período de ameaça de aborto.
Porém, não existem evidências de que o repouso seja um tratamento efetivo para ameaça de aborto. Assim, o acompanhamento médico com exames regulares é essencial.
Também é essencial evitar viajar durante a gestação, principalmente de avião, já que naturalmente a mulher tem a circulação mais prejudicada e sofre com inchaços nas pernas.
Assim, a despressurização da cabine e os longos períodos sentada poderão ser prejudiciais à gestante em risco abortivo.
Existe uma relação entre aborto espontâneo e infertilidade feminina?
A resposta é: Não!
Não existem pesquisas que comprovem uma relação direta entre a mulher sofrer um aborto espontâneo e ser infértil.
Todavia, quando a mulher passa por mais de dois abortos espontâneos seguidos, é necessário investigar mais a fundo.
Nesses casos, pode haver uma correlação entre problemas de fertilidade, como má formação dos óvulos ou anomalias uterinas que estejam impedindo que a gestação se desenrole de maneira natural e saudável ao embrião.
Há também o caso de mulheres que acabaram de sofrer um aborto e pensam que podem ter se tornado inférteis. Mas isso não ocorre.
Porém, quando o aborto precisou de procedimentos cirúrgicos como curetagem e aspiração, é preciso esperar um intervalo de três meses para tentar engravidar novamente.
Pois o útero precisa estar totalmente recuperado para o desenvolvimento do feto.
Qual a diferença entre aborto espontâneo, morte fetal e parto prematuro?
Muitas mulheres acabam confundindo essas três complicações que podem ocorrer durante uma gestação. Vamos explicar para que nunca mais se confunda.
Morte fetal
A morte fetal não necessariamente equivale a um aborto espontâneo. Pois um aborto é quando ocorre antes da vigésima semana de gestação, na fase embrionária do desenvolvimento do feto.
Já a morte fetal ocorre após as primeiras vinte semanas de gestação, quando o embrião já está mais desenvolvido.
As causas variam e não necessariamente serão as mesmas que aquelas relacionadas ao aborto espontâneo.
Parto prematuro
Não confunda: um parto prematuro não significa que a gestação abortou antes do tempo. Um aborto significa que o desenvolvimento do feto foi interrompido e jamais chegará ao estágio final.
Já o parto prematuro ocorre quando o feto já se desenvolveu, mas por diversas complicações, é preciso que o parto ocorra antes do período ideal, podendo ser entre 20 e 36 semanas de gestação.
O que é um aborto oculto?
Há casos em que o útero não dilata com o progresso da gestação, ou a produção de hormônios beta-HCG pode estar baixa para a idade gestacional.
Nesses casos, o aborto espontâneo não dá sinais evidentes, então é chamado de oculto.
Assim, em casos de suspeita de aborto oculto, o médico irá realizar um ultrassom, que pode confirmar:
- Ausência de atividade cardíaca do embrião;
- Comprimento craniocaudal do embrião é maior do que 7 milímetros, com ausência de batimentos cardíacos;
- Média do diâmetro do saco gestacional é maior do que 25 milímetros;
Tratamento
Para esses casos de aborto espontâneo oculto, é recomendada a evacuação uterina. Pode ser natural ou através de indução por medicamentos, assim como por meio cirúrgico com a curetagem e/ou aspiração do útero.
Em geral, a recomendação cirúrgica segue a seguinte classificação:
- Sucção em gestações com menos de 12 semanas;
- Dilatação e curetagem em gestações entre 12 e 23 semanas;
Pois é muito importante garantir o esvaziamento completo do útero após um aborto espontâneo, e os procedimentos devem ser acompanhados por exames para garantir sua eficácia.
Advertências finais sobre aborto espontâneo
Como informamos, as causas e fatores que determinam um aborto espontâneo são diversas.
Assim, é imprescindível o acompanhamento médico em casos confirmados de gravidez, assim como a consulta a um profissional de saúde assim que houver a suspeita de gestação.
Mas independentemente do tipo de aborto espontâneo, é essencial que o útero seja completamente esvaziado após a interrupção da gestação.
Pois quanto mais isso demorar a ser feito, maiores os riscos de complicações para a mulher.
Pois há casos de sangramento placentário, perfuração uterina, infecções por retenção de materiais gestacionais e embrionários, entre outros.
Porém, se o aborto espontâneo for completo, sem retenção de materiais no útero, não é necessário nenhum procedimento posterior.
Além disso tudo, após um processo de aborto espontâneo é essencial o suporte psicológico para a mãe e o pai. E esse aspecto acaba muitas vezes sendo ignorado, apesar de ser muito importante.
Mas principalmente no caso de casais que estão tentando há muito tempo ter um filho, ou mulheres que já sofreram muitos abortos espontâneos seguidos.
Concluindo
E assim chegamos ao fim de nossa série de informações, dicas e avisos relacionados ao aborto espontâneo. Assim, tentamos reunir todas as principais questões e dúvidas sobre o assunto.
Então, esperamos que tenha sido útil para você e que agora esteja mais fácil entender o abortamento involuntário sob seus mais diversos aspectos.
Mas tenha sempre em mente que nenhuma informação presente na internet pode substituir a consulta com um médico.
Então, procure sempre se informar com um profissional de saúde especialista na área. E ao menor sinal de preocupação, marque uma consulta e realize exames.
E para finalizar, deixe abaixo sua questão, crítica, elogio ou sugestão sobre a questão do aborto espontâneo. Pois vamos adorar saber!